- Quando alguém faz uma merda, seja lá de qual tipo, depois de perceber que causou dor em alguém querido, como você, vai tentar fazê-la entender que não teve escolhas, mesmo quando nós sabemos que sempre temos escolhas, e que muita das vezes são difíceis de tomar.
O que quero dizer, é que ele vai tentar fazer com que você veja que é exagerada e apenas não compreende o egoísmo dele, que é a hora dele ser feliz!
- Então tenho que aceitar esse egoísmo...
- Não, não, minha querida, pelo contrario, quem não pensa em você nem na hora de dar uma explicação, não merece, nem tão pouco, sua atenção...
"Um desânimo. Uma lerdeza. Um oco. Aquela velha sensação de estar jogando fora a vida. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Uma grande, uma enorme, uma davastadora falta de saco para qualquer pessoa. "
A vontade esteve por aqui... Vontade de ver De sentir De abraçar De beijar De simplesmente estar junto...
Depois das magoas Feridas Choros E "por que's" infinitos... A vontade não esta mais aqui...
Não há vontade de beijar Nem de abraçar Nem de conversar Nem de conhecer alguem alguem novo Nem de ficar uma noite Nem de fazer nada em casa Nem de sair de casa...
Me tranco Me escondo Me refugio So há o meu canto
Depressão Solidão Decepção Esses são os ÃO's que moram em mim...
E eu so queria não morar em mim...
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
- Quem não procura, não sente falta, moço.
- Engano seu, pequena. A saudade é grande, mas o orgulho é ainda maior, menina.
(caio fernando)
Acredito no orgulho...
mas saudade não creio que vá sentir...
Estou cansado de ser vilipendiado, incompreendido e descartado
Quem diz que me entende nunca quis saber
Aquele menino foi internado numa clínica
Dizem que por falta de atenção dos amigos, das lembranças
Dos sonhos que se configuram tristes e inertes
Como uma ampulheta imóvel, não se mexe, não se move, não trabalha.
E Clarisse está trancada no banheiro
E faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete
Deitada no canto, seus tornozelos sangram
E a dor é menor do que parece
Quando ela se corta ela se esquece
Que é impossível ter da vida calma e força
Viver em dor, o que ninguém entende
Tentar ser forte a todo e cada amanhecer.
Uma de suas amigas já se foi
Quando mais uma ocorrência policial
Ninguém entende, não me olhe assim
Com este semblante de bom-samaritano
Cumprindo o seu dever, como se eu fosse doente
Como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistente
Nada existe pra mim, não tente
Você não sabe e não entende
E quando os antidepressivos e os calmantes não fazem mais efeito
Clarisse sabe que a loucura está presente
E sente a essência estranha do que é a morte
Mas esse vazio ela conhece muito bem
De quando em quando é um novo tratamento
Mas o mundo continua sempre o mesmo
O medo de voltar pra casa à noite
Os homens que se esfregam nojentos
No caminho de ida e volta da escola
A falta de esperança e o tormento
De saber que nada é justo e pouco é certo
E que estamos destruindo o futuro
E que a maldade anda sempre aqui por perto
A violência e a injustiça que existe
Contra todas as meninas e mulheres
Um mundo onde a verdade é o avesso
E a alegria já não tem mais endereço
Clarisse está trancada no seu quarto
Com seus discos e seus livros, seu cansaço
Eu sou um pássaro
Me trancam na gaiola
E esperam que eu cante como antes
Eu sou um pássaro
Me trancam na gaiola
Mas um dia eu consigo existir e vou voar pelo caminho mais bonito
Clarisse só tem 14 anos...